domingo, 27 de março de 2011

Síndrome do Túnel do carpo

O túnel do carpo é uma passagem anatômica, localizada na porção anterior do punho, formado superficialmente por um forte ligamento, chamado ligamento transversal do carpo, dentro do qual se localizam os tendões flexores dos dedos e o nervo mediano. Esse nervo é responsável pela sensibilidade do polegar, indicador, dedo médio, e a metade interna do dedo anular. O nervo mediano localiza-se abaixo do ligamento transversal do carpo.
A síndrome do túnel do carpo (STC) é uma neuropatia por compressão do nervo mediano, que pode estar relacionada a atividades ocupacionais, que exijam esforços repetitivos. A STC resulta de qualquer lesão, que reduz significativamente o tamanho do túnel do carpo. A retenção de líquidos, infecção e exercício excessivo dos dedos podem causar tumefação dos tendões ou de suas bainhas sinoviais.
Esta síndrome caracteriza-se por dor e parestesia nos quatro primeiros dedos e no punho, dor no braço, fraqueza para realizar movimentos finos, hipoestesia no território do mediano, preservando ou não a sensação palmar e dormência na região sensorial do mediano, principalmente a noite. A evolução pode levar a atrofia tenar.
A STC é mais comum em mulheres entre 30 a 50 anos(3x1), trabalhadores industriais e indivíduos com trabalhos ou atividades de lazer que utilizam movimentos repetitivos das mãos e do punho ou que usam ferramentas de vibração. Frequentemente, os sintomas estão presentes nas duas mãos, mas são notados primeiramente na mão dominante.
O diagnóstico é feito por exame clínico, através da história, exame físico e testes específicos. A história clínica e ocupacional deve ser rigorosamente coletada para verificar os fatores etiológicos envolvidos. Os primeiros sintomas normalmente aparecem após um trabalho manual intenso e repetitivo. As queixas podem ser vagas, como dor difusa, parestesia e fadiga muscular, evoluindo com alterações das funções sensitivas, motoras ou tróficas, porém sempre limitadas ao território do nervo mediano. Durante a inspeção em casos crônicos pode-se notar hipotrofia ou até atrofia da região tenar; no exame físico os movimentos de coordenação do polegar e do indicador apresentam-se alterados: débeis, rígidos e entorpecidos e a força de preensão diminuída. 
Os testes específicos mais utilizados são o teste de Phalen e o sinal de Tinel. Para o diagnóstico mais preciso é utilizada a eletroneuromiografia, na qual é verificada a velocidade de condução nervosa do nervo mediano.
O tratamento conservador consiste de Fisioterapia e o uso de medicamentos. Na Fisioterapia são realizados a cinesioterapia e a eletroterapia, além de prescrição de órteses. Todas essas medidas devem ser associadas a mudanças nas atividades de vida diária; bem como daquelas realizadas no ambiente de trabalho. São indicados medicamentos como antiinflamatórios não-esteróides, diuréticos, vitamina B6 e\ou infiltrações de corticóide. O uso da fonoforese soma os benefícios do ultra-som terapêutico aos do antiinflamatório. Os exercícios de movimentação ativa intermitente do punho e dos dedos reduzem a pressão no interior do tpunel do carpo, sendo parte importante do tratamento.

Drs. Sergio Lianza e Kizi Schmidt.

sábado, 19 de março de 2011

Capsulite Adesiva

A região do ombro é formada por três articulações sinoviais - esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral e uma articulação fisiológica, a Escapulotorácica.
A combinação dos movimentos coordenados das quatro articulações distintas, os músculos e as estruturas periarticulares envolvidos permitem que o braço e a mão sejam posicionados no espaço para uma ampla variedade de funções. O resultado é uma amplitude superior a de outras articulações do corpo
O ombro pode ser sede de uma variedade de lesões e que as causas que concorrem para o desenvolvimento dos distúrbios do ombro são variáveis. Esses distúrbios são raros antes dos 40 anos e aumentam na faixa de 50 a 60 anos, continuando a crescer a partir dos 70 anos.
Segundo Magee e Oliveira, a dor e a diminuição da amplitude de movimento articular no ombro é extremamente comum, comprometendo a biomecânica dessa articulação, podendo ser causada por uma doença intrínseca, por uma patologia de estruturas periarticulares ou pode ser originárias de patologias localizadas na coluna cervical, no tórax ou nas vísceras. Comumente, a patologia está relacionada ao nível de atividade e a idade do paciente e estes fatores podem ter um papel importante para auxiliar o diagnóstico e monitorar o tratamento.
A capsulite adesiva ou ombro congelado é, dentre as síndromes dolorosas do ombro, a que mais tem suscitado controvérsias, tanto do ponto de vista diagnóstico como terapêutico. Isso se deve aos aspectos ainda obscuros da sua etiopatogenia, à sua história natural e características clínicas semelhantes às da distrofia simpático-reflexa e principalmente a sua associação com doenças aparentemente sem relação direta com o ombro.
O diagnóstico precoce e preciso é essencial para o início do tratamento correto. O ombro congelado apresenta-se com um conjunto complexo de sintomas, em vez de uma entidade específica de tratamento.
Embora alguns autores pensem que um componente inflamatório conduza à rigidez no ombro, não se conhece ao certo a exata natureza e papel da inflamação. Em geral, qualquer processo que leve a uma restrição gradual da amplitude de movimentos poderá causar a contratura dos tecidos moles, e a uma rigidez dolorosa (WEINSTEIN, 2000).
Freqüentemente afeta o ombro não dominante de indivíduos entre 40 e 60 anos, sendo maior a porcentagem de acometimento entre as mulheres. O surgimento dessa patologia é insidioso, muitas vezes relacionado a períodos de desuso do ombro, de evolução arrastada, associada ou não a outras doenças e que, em muitos casos pode evoluir espontaneamente para a cura, ocorrendo em média dois anos após o início dos sintomas (KISNER; COLBY 2005; HEBERT et al. 2003; HALL; BRODY, 2001; WEINSTEIN, 2000).
Os sinais e sintomas comuns  é a dor mal localizada mesmo em repouso, principalmente noturna, que costuma diminuir a intensidade em algumas semanas; rigidez articular fibrosa de origem capsular, a qual encontra-se espessada, inelástica e friável (HEBERT et al., 2003).
Ocorre restrição dos movimentos passivos e ativos principalmente da articulação glenoumeral. Comumente, a rotação interna, externa, elevação e abdução, são as limitações mais acentuadas. Uma das características marcantes dessa patologia segundo Hebert et al. (2003) é a presença constante de bloqueio da rotação interna e externa do ombro.
A evolução clínica consta de três fases ou estágios distintos, denominados fase dolorosa, aguda ou hiperálgica; fase de rigidez, enrijecimento ou congelamento e fase de descongelamento (HEBERT et al., 2003; HALL; BRODY, 2001).
A fase dolorosa é marcada pelo início insidioso dos sintomas. A dor noturna cresce em intensidade, podendo ser acompanhada de fenômenos vasculares como sudorese palmar e axilar; a mobilidade do ombro é bastante dolorosa e os movimentos de abdução, rotação interna e externa diminuem rapidamente (HALL; BRODY, 2001). A média de duração dessa fase é de três a seis meses, podendo variar de acordo com autores.
A fase de rigidez é marcada por dificuldades de movimentação do ombro afetado mesmo para realizar atividades diárias simples como vestir-se ou pentear-se, devido à presença de grande rigidez articular. A dor principalmente noturna diminui de intensidade e deixa de ser contínua. Os movimentos rotacionais apresentam-se com bloqueio. Essa fase dura em média 12 meses, podendo também haver variações (Ferreira/Filho, 2005).
Na terceira e última fase ocorre à liberação progressiva dos movimentos. A elasticidade cápsuloligamentar começa a ser restaurada, entretanto, a completa recuperação da mobilidade do ombro pode não ser completa e pode estender-se até vinte e quatro meses a partir do início dos sintomas (Ferreira/Filho, 2005).
Várias modalidades clínicas e fisioterapêuticas são realizadas com os pacientes acometidos com o propósito de aliviar a dor e retornar os movimentos funcionais. O tratamento clínico é baseado em analgésicos potentes, anti-inflamatórios não hormonais, corticóides, antidepressivos, vasodilatadores periféricos, medicamentos para controlar a osteoporose e bloqueios do nervo supra-escapular (MACEDO et al., 2000; HEBERT et al., 2003,) além de tratamento cirúrgico em casos de maus resultados no tratamento
conservador (FERREIRA/FILHO, 2005).
Dentre as condutas fisioterapêuticas indicadas estão a crioterapia, os recursos eletrotérmicos, a cinesioterapia convencional ou a utilização de técnicas manuais específicas, todas com a finalidade de aliviar a dor e retomar a biomecânica normal da articulação do ombro. Os procedimentos terapêuticos aplicados para esses propósitos são as mobilizações passivas, ativas assistidas e ativas, os alongamentos e o fortalecimento, porém cada procedimento é parte integrante do programa de reabilitação e deverá estar de acordo com os aspectos clínicos e o estágio da patologia (LECH; SUDBRACK; VALENZUELA, 1993; MACEDO et al., 2000).
A eficácia do programa de reabilitação depende principalmente do paciente. Este deve ser esclarecido quanto à importância da sua adesão ao programa, tendo em vista que os resultados são alcançados de médio a longo prazo, algo em torno de três a seis meses
(HEBERT et al., 2003).
Embora as bibliografias disponíveis sobre o assunto relatem que a cura dessa patologia, principalmente nas formas idiopáticas, ocorra gradativamente e espontaneamente, medidas terapêuticas enérgicas e precoces devem ser impostas para a resolução da forte dor contínua de difícil controle na fase hiperálgica, da urgência em combater a grave impotência funcional que se instala rapidamente e dificulta as atividades comuns da vida diária, da necessidade de abreviar a longa evolução da doença e da possibilidade de restarem seqüelas irreversíveis nos casos mais graves (FERREIRA/FILHO, 2005; KISNER; COLBY, 2005; LECH; SUDBRACK; VALENZUELA,1993).
Os vários métodos disponíveis para o tratamento dessa patologia são controversos, gerando divergência da melhor maneira de tratá-la nas suas fases, entretanto há um consenso de que o alívio da dor e a restauração da mobilidade articular devem ser o enfoque do tratamento inicial (FERREIRA/FILHO, 2005; KISNER; COLBY, 2005; LECH; SUDBRACK; VALENZUELA, 1993).

terça-feira, 1 de março de 2011

Importância do Alongamento e do Relaxamento Muscular para o Desempenho Esportivo

      Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito dos alongamentos é o aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação. Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele músculo e, portanto, maior sua flexibilidade.
Os exercícios de alongamento possuem um papel preventivo importante, pois preparam a musculatura, favorecem a recuperação, evitam problemas musculares, articulares, tendinosos e circulatórios, aprimoraram a mobilidade e a flexibilidade, têm um papel anti-stress, permitem a obtenção do bem-estar e melhoram a consciência corporal, o gesto técnico e o desempenho.
A opinião compartilhada por atletas, técnicos e profissionais de saúde é que o alongamento antes e/ou após o exercício irá prevenir ou minimizar as dores musculares que costumam surgir 24–48 h após o exercício. (FIELDS, BURNWORTH E DELANEY, 2008).
A este respeito, Rossi et al (2008) afirmam que diversos profissionais envolvidos no treinamento e na reabilitação de atletas indicam realizar o alongamento antes de uma competição ou exercício físico, pois se acredita haver um aumento do desempenho atlético, e/ou redução do risco de lesão do aparelho osteoarticular.
É importante ressaltar que o exercício de alongamento só é benéfico quando é realizado adequadamente, de modo que é preciso ficar alerta para evitar lesões. Para diferentes objetivos, podemos indicar diferentes tipos de exercícios de alongamento.
Deve existir uma preocupação de indicar a melhor forma de trabalho para cada caso para obter resultados significativos, pois sem essa preocupação os resultados podem ser decepcionantes e até prejudiciais a quem pratica.
Para a corrida os grupos musculares mais solicitados são:

·         Tríceps Sural
·         Tibiais anteriores
·         Quadríceps
·         Ísquiotibiais
·         Adutores de coxa
·         Abdutores de coxa
·         Glúteo
·         Região Lombar
·         Região Cervical
·         Região Torácica


Os objetivos da massagem antes da prática desportiva são para estimular o fluxo sanguíneo bem como o estado de alerta do organismo. A massagem pode ser aplicada antes da prática esportiva com o objetivo de relaxamento para os esportistas muito tensos.
O acúmulo de subprodutos tóxicos nos músculos pode estimular as terminações nervosas, originando uma maior sensibilidade regional e dor. Para evitar a algia subsequente aos exercícios a massagem se aplica objetivando o aumento da circulação sanguínea, acelerar a remoção dos produtos catabólicos e recuperar a extensibilidade do tecido muscular.