domingo, 25 de março de 2012

Traqueostomia Precoce


TCE é qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo. Esta lesão ao cérebro provoca uma variedade de comportamentos motores sensoriais, comportamentais, podendo estes serem temporários ou permanentes.
A principal causa do TCE são lesões mecânicas como acidentes automobilísticos, atropelamentos, acidentes com motocicletas, quedas, armas de fogo e as vitimas estão entre 1 a 45 anos principalmente em jovens do sexo masculino, o trauma mecânico pode atingir mais de 40% das internações.
Pacientes com TCE ou qualquer outro tipo de lesão traumática grave necessitam de ventilação e oxigenação encefálica de emergência, evitando maiores danos ao cérebro, exigindo monitorização rigorosa e possibilidade de intervenção cirúrgica, eles acabam permanecendo por longos períodos em ventilação mecânica (VM). Nesses casos, a traqueostomia é freqüentemente indicada, pois facilita a remoção de secreções pulmonares, diminui o desconforto com a via aérea artificial e aumenta a mobilidade do paciente no leito.
O estudo é para definir as principais causas de TCE, constando no questionário idade, sexo, gênero, data da ocorrência, localidade, causa do trauma, tratamento, infecção, ECG, óbito, alta hospitalar.
Estudo realizado no hospital das clinica na Unicamp com pacientes maiores de 14 anos com pontuação na escala de glasgow de <10 e submetidos a VM por mais de 48 horas.
Os pacientes foram acompanhados por pesquisadores para observar o momento da retirada de VM e tempo, infecção pulmonar e tempo de internação hospitalar.
Vitimas por acidentes com meios de transporte foi a maior porcentagem registrada nos hospitais chegando a 40,7% das vitimas, 25,4% vitimas por agressões com ou sem armas e 24% por quedas, as principais causas de internações foram por atropelamentos e quedas de altura já que a grande maioria nesse hospital não possui veículos.
Os pacientes formaram três grupos como TP - traqueostomia precoce ate o 6º dia. TI intermediaria 7º-11º dias e TT tardia após 12 dias. Foram avaliados 72 pacientes 36 foram excluídos do estudo por morte encefálica (14), não realizou traqueostomia (25), fora esses 36 excluídos ao total foram avaliados 33 pacientes comparando sexo, idade, ECG e APACHEII que é um índice que pode ser calculado após admissão imediata do paciente no hospital, principalmente em unidade de terapia intensiva (UTI), e que leva em considerações variáveis fisiológicas, idade e doença crônica.
•    No grupo TP (10 pacientes) - O tempo de VM foi menor que os outros,  quatro pacientes apresentaram pneumonia, a pontuação de ECG foi mais baixa nesse grupo e o tempo de internação hospitalar, um paciente foi a óbito antes do desmame da ventilação.
•    No grupo TI (12 pacientes) - Menor tempo de internação associados a pacientes mais jovens, oito apresentaram pneumonia, ECG um pouco maior que TP, um óbito.
 •    No grupo TT (11 pacientes) – Não mostraram menor tempo de internação hospitalar comparando com TP e TI, sete pacientes apresentaram pneumonia e um foi a óbito, ECG maior de todos os grupos.
A traqueostomia é indicada para pacientes que ficam um tempo prolongado ao VM com lesão encefálica grave, existem controvérsias sobre as verdadeiras vantagens e desvantagens desse procedimento, como alguns estudos dizem que a traqueostomia pode causar necrose tecidual, estenose subglotica e laríngea por causa dos movimentos e pressão do tubo na mucosa.
Um ECG de menor pontuação o tempo é maior para a recuperação desses pacientes como no grupo de TT também pacientes mais velhos é maior o tempo de internação na UTI. Alguns estudos dizem que quanto mais cedo a traqueostomia for realizada menos o risco de infecções como pneumonias associadas a VM e a higienização  com traqueostomia fica mais facilitada devido a cânula e menor risco de broncoaspiração. O resultado desse estudo é que pacientes traqueostomizados ate o 6º dia (TP) pode reduzir o tempo de VM, mas não o tempo de internação hospitalar em pacientes com TCE grave e pontuação de ECG menor. As vitimas de TCE internadas por agressões estão cada vez aumentando nas grandes metrópoles e vitimas que ingeriram bebidas alcoólicas também.
A fisioterapia tem como principal objetivo nesses pacientes com TCE:
•     Manter e melhorar a higiene brônquica com exercícios de vibrocompressão torácica, aspiração de vias aéreas inferiores e superiores quando necessário.
•    Reexpandir bases pulmonares técnica de compressão e descompressão súbita em áreas torácicas permitidas
•    Prevenir escaras de decúbito mudança de decúbito a cada 2 horas, hidratação da pele e lençóis esticados.
•    Manter e melhorar o retorno venoso e a relação V/Q exercícios metabólicos para MMII e exercícios respiratórios
•    Prevenir contraturas, deformidades articulares e musculares exercícios metabólicos, alongamentos musculares, descarga de peso no leito e posicionamento correto. 
É importante que PIC seja monitorada durante qualquer intervenção fisioterápica e, se ela começar a aumentar, a intervenção deve ser modificada imediatamente. Drenagem postural tipicamente precisa ser modificada uma vez que a posição depende da cabeça e há riscos de aumentar a PIC (pressão intracraniana).

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