quinta-feira, 7 de julho de 2011

Efeitos do ultra-som terapêutico nas propriedades mecânicas do músculo esquelético após contusão

   O tecido muscular é o mais afetado nos traumas do esporte e as lesões são, muitas vezes, ocasionadas por mecanismos de impacto direto. Na maioria das vezes, essas lesões causam dor e incapacidade, levando os indivíduos a procurarem tratamentos muito freqüentemente nas clínicas de fisioterapia.
  O ultra-som terapêutico (UST) é um recurso comumente aplicado nos distúrbios do sistema músculo-esquelético, como na aceleração do reparo tecidual de lesões musculares. A possibilidade de usar diferentes freqüências entre 1 e 3MHz é importante na medida em que as freqüências mais altas (3MHz) são absorvidas mais intensamente, tornando-as mais específicas para o tratamento de tecidos superficiais, enquanto que as freqüências mais baixas (1MHz) penetram mais profundamente, devendo ser usadas para os tecidos mais profundos.
   Segundo Ter Haar, as vibrações acústicas produzidas pelo UST induzem mudanças celulares alterando o gradiente de concentração das moléculas e íons cálcio e potássio, o que estimula a atividade celular. Esse fenômeno pode resultar em diversas alterações, como aumento da síntese protéica e secreção de mastócitos, modificações na mobilidade dos fibroblastos, dentre outras. Embora esses mecanismos não sejam ainda perfeitamente conhecidos, outros trabalhos demonstram a influência do UST na reparação tecidual pelas alterações provocadas na permeabilidade da membrana das células. Alguns autores sugerem que estes efeitos ocorram devido à cavitação; outros afirmam que o ultra-som produz modificações hemodinâmicas microvasculares, aumentando a perfusão, o tecido de  granulação, a reparação tecidual, a proliferação fibroblástica e o aumento de células precursoras.
    Em relação somente ao tecido muscular, Rantanen et al., realizaram estudo sobre os efeitos do UST 3MHz na regeneração de fibras musculoesqueléticas após lesão no gastrocnêmio de ratos. Utilizando técnicas de imunoistoquímica e morfometria, evidenciaram uma proliferação de células satélites bastante significativa (96%) com o uso do UST modo pulsátil, intensidade de 1,5W/cm2, durante os primeiros estágios de reparação. Karnes e Burton analisaram o efeito do UST de freqüência 1MHz com intensidade modulada a 0,5W/cm2, por cinco minutos, durante sete dias consecutivos, na reparação muscular em ratos. Concluíram que o tratamento acelerou a reparação tecidual e promoveu aumento na força de contração do músculo em relação ao não tratado.
  Pela freqüência em que este tipo de desordem é encontrada na prática clínica do fisioterapeuta e pela escassez de dados mecânicos a respeito do assunto, o objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento das propriedades mecânicas de músculos submetidos à lesão aguda por impacto e tratados com UST, utilizando as freqüências de 1 e 3MHz e intensidade de 0,5W/cm2.

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